quinta-feira, abril 06, 2006

Caça às Bruxas

A Asssociação Fonográfica Portuguesa (AFP) decidiu começar uma guerra contra quem faz download´s ilegais de música na internet. Desataram a apresentar queixas-crime contra os utilizadores de serviços p2p. E o obejctivo é punir com multas até 5000 euros quem fizer download's. O que eles não percebem é que a crise na música não é nossa culpa (sim, eu assumo!), o problema é que a indústria musical não está a saber adaptar-se à nova realidade. Olhe-se para o exemplo do cinema, quando surgiu o VHS a indústria cinematográfica entrou em pânico: as pessoas deixariam de ir ao cinema, gravariam os filmes e as receitas iriam por aí a baixo, a verdade é que a venda de VHS/DVD é uma importantíssima fonte de receitas da indústria do cinema.
A música tenta fazer o contrário do cinema e vai sair-se mal. Por exemplo, tenho para aí mil músicas no pc pelas quais não paguei um tusto, quer dizer que posso vir pagar um multa valente. Agora, garanto que não pagaria nada para ter grande parte das músicas que tenho. Por outro lado, foi através de músicas que «saquei» e de outras que me deram a conhecer através da internet que fiquei a conhecer algumas bandas ou a apreceiar o seu trabalho, o que melevou a ir a concertos ou comprar cd's e dvd's desses músicos. Acabar com os download's é acabar com o maior meio de divulgação de música.
Outro ponto prende-se com o preço dos cd's. São caríssimos tendo em conta o custo de produção (por volta dos 2€), sendo que grande parte da fatia do bolo fica para as editoras. Não sinto que «roube» alguém por não querer pagar 20€ por algo que me pode ficar de borla sem ter de sair de casa. É uma decisão racional, puramente racional. É como ter um ferrari e não andar mais de 50 km/h.
A internet pode ser uma aliada da música. Terá de o ser. É um meio de divulgação eficaz, rápido e sem custos. Eu por mim continuo a comprar cd's que valham a pena e a fazer de download's de músicas que gosto ou quero ficar a conhecer.

ps: se quiserem prender quem o faz, arranjem prisões para lá pôr 80% dos jovens portugueses e 99% dos fãs de música. Dentro das prisões é que não compraremos cd's ou iremos a concertos.